Uma história de aprendizados, lutas e amor, agora eternizada em palavras.

O Espaço Longevità teve a honra de se tornar palco para um feito inédito e emocionante: a escrita da primeira autobiografia produzida por um de seus moradores. O autor? Carlos Alberto Magalhães, que vive no local junto com sua esposa Monira. Inspirado por uma noite de insônia, ele decidiu transformar memórias em um legado escrito. A seguir, você confere a entrevista que revela a origem e os detalhes dessa tocante trajetória.

Como surgiu a ideia da autobiografia?

Carlos:
Essa ideia apareceu por acaso, numa noite insone. O dia já estava clareando e eu simplesmente não conseguia dormir. Fiquei relembrando momentos da minha infância e juventude, um após o outro. Então pensei: “Por que não faço um livro biográfico?” Isso foi em abril de 2018.

Vocês já moravam no Espaço Longevità nessa época?

Carlos:
Sim, já estávamos morando aqui. Na época, dividíamos a moradia entre o Longevità e nossa casa: passávamos quatro dias aqui e três em casa. Viemos por sugestão da família, pois minha memória já não estava tão boa. Comecei a esquecer algumas coisas, e achamos melhor ter essa rede de apoio.

O Longevità está presente na autobiografia?

Carlos:
Com certeza! Aqui somos uma verdadeira família. Eu até costumo comparar com o seriado A Grande Família, da TV Globo, só que aqui somos ainda maiores. O Longevità me ajudou muito. Antes eu era bastante introvertido e, com o tempo, me tornei mais extrovertido, fiz grandes amizades e fiquei mais feliz.

No início, tive dificuldades para socializar. Comecei conversando discretamente com algumas pessoas. Logo conhecemos o Afonso, economista formado nos Estados Unidos. Depois, me aproximei de uma senhora muito calada e cadeirante. Perguntei o nome dela, e ela respondeu: “Dirce.” Coincidentemente, o nome da minha irmã. Assim começou uma bela amizade.

Como foi o processo de começar a escrever?

Carlos:
Depois de decidir, fui à biblioteca do Longevità em busca de um exemplo de autobiografia. E não é que encontrei uma da Agatha Christie? Nada mal, já que ela escreveu mais de 80 livros, só perdendo em tiragem para a Bíblia. Fiquei impressionado ao descobrir que ela também teve a ideia de contar sua história de forma espontânea. Foi inspirador.

O que o leitor vai encontrar na sua autobiografia?

Carlos:
Tudo sobre minha vida e a da Monira. Desde a educação — do primário ao curso superior — até minha escolha pela carreira de professor de odontologia. Também relato minha militância política a partir de 1965, quando escolhemos apoiar Brizola. Fizemos um movimento que começou no Rio de Janeiro e chegou até Brasília, onde Monira foi convocada para trabalhar na Câmara dos Deputados. Ela trabalhava de dia e me ajudava nas atas do movimento à noite.

Nessa mesma época, comecei a atuar como cirurgião-dentista no Hospital das Forças Armadas. Fui até denunciado como militante, mesmo nunca tendo filiação partidária. No livro também falo sobre os artistas que me marcaram, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Martinho da Vila.

E o capítulo final? Como termina essa história?

Carlos:
O último capítulo é sobre o amor — em todas as formas, inclusive o religioso. Mas, acima de tudo, sobre o amor da minha vida: minha eterna namoradinha, minha deusa, minha Monira. Nos conhecemos aos 19 anos, namoramos até os 24 e nos casamos. Dessa união vieram três filhos e uma filha, oito netos e cinco bisnetos. É a história de um amor crescente.

O Grupo Altevita parabeniza o senhor Carlos Alberto Magalhães por esse projeto tão especial e inspirador. Aguardamos com carinho o lançamento de sua autobiografia como mais um volume da biblioteca do Espaço Longevità — e como um testemunho vivo do poder da memória, do afeto e da escrita.

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